
Hoje, dentro de mim, há um mar,
Agreste, frio, medonho, turbulento
Que me faz rodopiar com violência…
Sinto-me perdida entre as ondas,
Em vão busco socorro, que não chega…
Tudo gira, gira em grande náusea
Num louco frenesim que já me cega.
Ó brisa fresca que acaricias
Volta acalmar este vendaval,
Traz contigo o sol, traz a maresia,
Afaga-me o rosto, pára este mal…
Quero voltar à vida, quero sobreviver,
Quero abrir o livro das boas memórias,
Quero sentir o afago, a carícia leve
Dos braços seguros que me amparavam...
Quero sentir o gosto dos momentos calmos,
Dos dias tranquilos que o vento levou.
Quero voltar a ser aquilo que era,
Pois estou cansada, já não posso mais
Continuar a ser aquilo que sou…