Somos eternos peregrinos,
Em busca de sentidos para a vida.
Por vales e montes caminhamos,
Encostados a cajados que encontramos
Para atenuar o nosso sofrimento.
A caminhada é longa, a sede imensa,
Mas, a cada passo, as estradas bifurcam-se
E o sol esconde-se entre as nuvens.
Sentes cansaço, desesperas, choras,
Reergues-te a custo tentando o equilíbrio,
Procuras uma estrela, que ténue te alumia
E tentas prosseguir por mais um dia.
Perguntas o porquê de tanto sofrimento,
Questionas os teus atos em pura contrição,
Não encontras as respostas que querias
E só vês outros na mesma condição.
Porquê? Por que motivo a vida nos condena?
Porque nascemos para tanto sofrimento?
Que força é esta que gere o teu percurso?
Que força é esta que impede que prossigas?
A noite cai, a estrada é agora um precipício
E, de repente, é lá que tu acabas,
Reduzido ao nada que eras no início.
segunda-feira, 16 de setembro de 2019
sexta-feira, 26 de julho de 2019
terça-feira, 18 de junho de 2019
Inquéritos, burlas, investigação,
Folhas, folhinhas, tribunais e leis,
Desvios, prejuízos, mas vida de reis...
Rios de notícias, crónicas, debates,
Rusgas, polícias, outros disparates.
Dinheiro sem destino, tudo gasto em vão,
Porque não há rei que vá p'ra prisão!
E o pobre povinho, vergado à torrina,
Tira o chapéuzinho a esta gentinha!
E à noite reza, tremendo de dor,
Pedindo mais força e uma côdea de pão,
Sorte para os filhos
E o bem da nação...
Folhas, folhinhas, tribunais e leis,
Desvios, prejuízos, mas vida de reis...
Rios de notícias, crónicas, debates,
Rusgas, polícias, outros disparates.
Dinheiro sem destino, tudo gasto em vão,
Porque não há rei que vá p'ra prisão!
E o pobre povinho, vergado à torrina,
Tira o chapéuzinho a esta gentinha!
E à noite reza, tremendo de dor,
Pedindo mais força e uma côdea de pão,
Sorte para os filhos
E o bem da nação...
domingo, 9 de junho de 2019
Em fogo lento,
Entre magmas e rochedos,
No mais longínquo do ser,
Vai-se formando,
Lentamente,
Persistentemente,
No mais recôndito recanto da semiconsciência,
O pequeno vulcão.
De quando em quando, tudo estremece
E testa-se a fragilidade da cratera.
Um dia, quando ninguém esperar,
O vulcão, impiedoso,
Lançará num rio bem rubro
As matérias candentes que o sufocam.
Entre magmas e rochedos,
No mais longínquo do ser,
Vai-se formando,
Lentamente,
Persistentemente,
No mais recôndito recanto da semiconsciência,
O pequeno vulcão.
De quando em quando, tudo estremece
E testa-se a fragilidade da cratera.
Um dia, quando ninguém esperar,
O vulcão, impiedoso,
Lançará num rio bem rubro
As matérias candentes que o sufocam.
quinta-feira, 30 de maio de 2019
Ai se eu fosse costureira,
Entre agulhas e dedais,
Que feliz eu não seria
Quanto viveria mais!!
Entre agulhas e dedais,
Que feliz eu não seria
Quanto viveria mais!!
Ai se eu tivesse uma horta,
Com couves e alfacinhas,
Que feliz eu não seria,
Logo pelas manhãzinhas...
Com couves e alfacinhas,
Que feliz eu não seria,
Logo pelas manhãzinhas...
Ai se eu fosse pintora,
Entre telas e pincéis,
Que feliz eu não seria,
Livre de tantos papéis!!!
Entre telas e pincéis,
Que feliz eu não seria,
Livre de tantos papéis!!!
Ai se eu lavasse escadas,
De mármore liso e branquinho,
Que feliz eu não seria,
Ao ver tudo lavadinho!!
De mármore liso e branquinho,
Que feliz eu não seria,
Ao ver tudo lavadinho!!
Ai se a vida fosse fácil,
Se o mundo fosse perfeito,
Que feliz eu não seria,
Com quanta calma no peito!!
Se o mundo fosse perfeito,
Que feliz eu não seria,
Com quanta calma no peito!!
quarta-feira, 29 de maio de 2019
terça-feira, 21 de maio de 2019
De olhos abertos, o mundo é constrangedor:
Cabeças ocas ostentam vaidades,
Gente hipócrita debita simpatias,
Vampiros risonhos aspiram aos céus!!
O homem vulgar, humilde e trabalhador,
Endoidece entre leis e regras de moral,
Entre contas e pudor,
Deita-se extenuado e acorda em sobressalto,
Porque não tem coragem de gritar a sua dor.
Fechar os olhos e praticar a indiferença
É o caminho para atenuar o sofrimento
E conseguir viver num meio tão opressor...
Cabeças ocas ostentam vaidades,
Gente hipócrita debita simpatias,
Vampiros risonhos aspiram aos céus!!
O homem vulgar, humilde e trabalhador,
Endoidece entre leis e regras de moral,
Entre contas e pudor,
Deita-se extenuado e acorda em sobressalto,
Porque não tem coragem de gritar a sua dor.
Fechar os olhos e praticar a indiferença
É o caminho para atenuar o sofrimento
E conseguir viver num meio tão opressor...
segunda-feira, 20 de maio de 2019
Que vida!
Que caminho doloroso!
Que dura peregrinação!
Palavras, aprisionadas,
Semeiam mil fantasmas
Na tua imaginação!
O tempo, ora lento, ora veloz,
Não deixa margens ao sonho
E sufoca o coração
Com um sofrimento atroz.
E os desejos apagam-se
Como o brilho do olhar.
Soma-se dia após dia
E só te resta esperar...
Que caminho doloroso!
Que dura peregrinação!
Palavras, aprisionadas,
Semeiam mil fantasmas
Na tua imaginação!
O tempo, ora lento, ora veloz,
Não deixa margens ao sonho
E sufoca o coração
Com um sofrimento atroz.
E os desejos apagam-se
Como o brilho do olhar.
Soma-se dia após dia
E só te resta esperar...
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