segunda-feira, 25 de março de 2013

 
Nem o tempo, meu amor, nem este tempo
Nos poupa a lágrimas e ventos furiosos
Como se até a natureza, em querendo,
Se aliasse à voz dos homens desgostosos.

Os dias passam, monótonos e cinzentos,
A chuva cai, gelada e sem piedade,
E nós vemos passar a vida a passos lentos,
Numa indolência que gera a ansiedade.


 
Ao som da chuva que bate na calçada,
Resta o olhar perdido e sonolento,
Olham-se as mãos que já não têm nada,
Esquecem-se sonhos que foram com o vento.

sábado, 23 de março de 2013

 
 
Olho as minhas mãos vazias
E sinto a tua ausência.
Quem foi que destruiu o sonho
Que havíamos traçado
Nos dias amenos que vivemos
Quando tudo era possível
E o tempo era só nosso?
Quem foi que fez de nós
Esta mágoa disfarçada
Este tempo sem tempo

Esta vida sem rumo?
Não fui eu, nem tu…
Não sei quem ousou fazê-lo
Mas fez…
E que nos resta?
Nada. Apenas o silêncio
Dos inocentes condenados.

quarta-feira, 6 de março de 2013

 
 
Eu queria viver para sempre nestas nuvens
Tão brancas, fofinhas, em constante movimento
E não neste mundo tão negro, duro e frio
Que faz dos nossos dias só dor e sofrimento.

Queria ter dos céus a plena liberdade
E flutuar ao sol levada pela brisa
E ficar assim até à eternidade
Longe deste mundo onde se agoniza.


 
Queria ter a paz da lua em noite calma
E agarrar as estrelas que teimam em brilhar
E para o meu sonho ser todo perfeitinho
Levar-te comigo p'ra me acompanhar.

domingo, 3 de março de 2013

 
Larguemos as armas pesadas
Com que tentamos defender-nos
Dia após dia, hora após hora
E entreguemo-nos ao silêncio da noite,
Ao aconchego dos lençóis acetinados.
Procuremos o merecido descanso,
Para evitarmos divagações,
Sonhos desfeitos ou ousados,
Saudades sem remédio,
Cansaços extenuantes.

Procuremos a paz,
O sono, a morte momentânea
Para a vida ingrata
Que nos consome
E a pouco e pouco mata...