domingo, 25 de novembro de 2007

Saudade...sempre

Essas janelas da alma, por onde, delicadamente, me mostravas o mundo com cores suaves e aromas frutados, cerraram-se para sempre, à minha frente, sem que eu pudesse fazer o que quer que fosse. Dois anos passaram e, por mais que tente, não consigo apagar essas imagens da minha memória. Revejo-as em pensamento ou pesadelo e, dia após dia, sinto maior revolta.


Sei que a morte é uma coisa natural. Que há doenças que não perdoam, como a tua. Que o ser humano não tem um prazo de validade, nem certificado de garantia. Sei ainda que a morte é a única certeza da vida. Sei tanta coisa! No entanto, todas elas são insuficientes para me ajudarem a entender esta perda, este vazio, esta dor, esta saudade, esta revolta.


Levamos anos a aprender que somos livres, que devemos fazer os nossos projectos de vida, construir o nosso futuro, pensar no amanhã. Mas que liberdade temos nós? Que amanhã teremos? Chegará a haver amanhã?


Para traçar um projecto, temos de estar na posse de vários dados, entre os quais o factor prazo/tempo. Se não podemos contar com esse factor, se em nada depende de nós, como poderemos, então, construir os nossos projectos de vida?


O teu/ nosso projecto de vida ficou a meio. Não terá a mesma continuidade. Mudaram os intervenientes, os objectivos, os recursos. Tudo mudou.


Disseste-me, antes de partires, no meio do teu delírio, que o lugar era bom, que era bom para as vindimas. Restam-me apenas essas palavras como paliativo da minha tristeza. Espero que, realmente, o lugar onde estás seja bom.


A mim, resta-me sentir-te em cada gesto, em cada palavra, em cada pensamento, em cada traço dos filhos que me deste. Sinto que te amarei sempre, mesmo que a morte nos tenha separado tão cedo e tão contra as nossas vontades.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Gogol Bordello para descomprimir...

Quem tem filhos jovens acaba por começar a gostar de músicas diferentes. É por isso que já ouço com algum prazer Smashing Pumpkins, Körn, The Perfect Circle, Tool, Deftones e outros. Este Verão fiquei agradavelmente surpreendida com os Gogol Bordello, uma banda que me faz lembrar Kusturica. Escolhi este video por ser o que tem melhor qualidade de entre todos os que há no Youtube.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Pensamento matinal

A morte

estilhaça a vida

dos que partem

e

a alma

dos que ficam.

domingo, 18 de novembro de 2007

Desafio

A Sirk do http://pausaparacafe.blogspot.com/ desafiou-me a:

1.Pegar num livro que estivesse próximo;
2.Abri-lo na página 161;
3.Procurar a 5ª frase completa;
4.Postar essa frase no blogue;
5.Não escolher a melhor frase nem o melhor livro;
6.Passar o desafio a 5 bloguistas.
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E pronto, aqui fica a frase de um dos livros que ando a ler. Fora de contexto, fica aberta às mais diversas interpretações.
«Tente lembrar-se das vezes que conviveu com pessoas assim.»

in REDFIELD, James, A Profecia Celestina, 24ª ed., Casa das Letras

Passo o desafio aos seguintes bloguistas:
1. http://delta-fox.blogspot.com/
2. http://mochofalante.blogspot.com/
3. http://simplicidadecomplexa.blogspot.com/
4. http://sonhadoremfulltime.blogspot.com/
5.http://marinheiroaguadoce.blogspot.com/

Everybody's Free to Wear Sunscreen! (ORIGINAL VERSION) -Um conjunto de conselhos em tom suave...




Um video com fraca qualidade de imagem, mas com um conteúdo maravilhoso.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Vida de merda

Novembro traz consigo memórias que compulsivamente me assaltam, em forma de pesadelo. Até o Sol, com seu brilho excessivo, me incomoda, é inoportuno. Deixo que o tempo passe por mim, mas queria-o mais solidário com o meu estado de alma. Preferia o céu nublado, a chuva, o vento irado, o frio cortante.
Vivo os dias em quase total apatia, sem metas, sem motivação, como se o amanhã não passasse de uma miragem. Vivo ao sabor da corrente. Sou como um tronco de árvore que, depois de abatido, perdeu toda a sua imponência e vai rio abaixo, batendo aqui e além, caindo de precipícios, umas vezes deslizando suavemente, outras levado pela fúria das águas. Entregou-se ao rio. O rio que me transporta faz de mim o que quer. Não há barco, nem barqueiro que me lance o remo.
Lobo Antunes disse há tempos que " a morte é uma puta". Concordo com ele. E é tão puta que, quando chega, contagia a vida e faz dela sua companheira. Por isso, já não sei se diga "puta de morte" ou "puta de vida". Fico-me pela "vida de merda".

sábado, 10 de novembro de 2007

Eu sem você...

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Rosas brancas para ti


A noite cobre com seu manto gélido
A ferida aberta no corpo e na alma
A solidão envolve a dor do meu peito
Não há um momento que respire calma.

Inerte, gelada, aos poucos desisto
Deixo-me arrastar na forte torrente
Procuro o teu corpo e só pó encontro
Fiquei cá na terra, mas estou ausente.

Sentada a um canto, olho o teu retrato
Afago o teu rosto, beijo o teu olhar
É um gosto amargo, é pura ilusão
Não te tenho aqui, para te abraçar.

O tempo, correndo, espalha memórias
Que guardo no peito p'ra sobreviver
Por muito que viva, mesmo que mil anos
Não esqueço o teu rosto, nem o teu sofrer.

Ofereço-te rosas, brancas, meu amor
De branco tão puro, como preferias
Ficaram murchando de tristeza e dor
Por não ver sorrir, como tu sorrias.


Onde quer que estejas...um beijo.