terça-feira, 25 de setembro de 2007

Confessa - Adriano Celentano





Confesso que sempre gostei de música italiana. Das vozes roucas. Das canções românticas. Confesso também que estou a passar uma fase do tipo "Se eu tivesse vinte anos e soubesse o que sei hoje...". Daí resulta uma grande melancolia e, ao mesmo tempo, alguma frustração porque o passado é irreversível. Dele só mesmo o que ficou gravado e se pode rever. Nada mais.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Noite e luar

Ouvi esta música e apaixonei-me por ela. Obrigada António Paiva por me teres dado a conhecer esta bela canção!

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Gramática da vida

Como um exercíco de tortura,
Conjugo repetidamente a minha vida,
No passado e no presente,
Na activa e na passiva.
São múltiplos os verbos, os tempos e os modos.
Junto-lhe advérbios de dúvida,
De modo, tempo e negação.
Estabeleço relações de causa,
De consequência ou condição.
E, nesta confusão gramatical,
Não reconheço o futuro,
Sou sujeito sem plural
De frases sempre complexas
Não passo de um numeral,
De um pronome indefinido,
De um agente da passiva,
De um elemento acessório
Nesta coisa que é a vida.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Óleo sobre tela - 50x60 cm


Não tenho pintado ultimamente. Consciente de que esta monotonia não conduz a bons resultados, estou a tentar motivar-me para o regresso às "pinceladas". Faz-me falta este "hobby" para não pensar na vida, nem na escola...
Este foi um dos quadros que mais prazer me deu, porque gosto das cores. Já o tinha colocado aqui, mas, como o emoldurei há dias, ei-lo de novo. Agora sim, mais valorizado! As molduras valem ouro!!

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Encosta-te a mim

Encosta-te a mim,
nós já vivemos cem mil anos.
Encosta-te a mim,
talvez eu esteja a exagerar.
Encosta-te a mim,
dá cabo dos teus desenganos
não queiras ver quem eu não sou,
deixa-me chegar.
Chegado da guerra,
fiz tudo p´ra sobreviver em nome da terra,
no fundo p´ra te merecer
recebe-me bem,
não desencantes os meus passos
faz de mim o teu herói,
não quero adormecer.
Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo
o que não vivi, hei-de inventar contigo
sei que não sei às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.
Encosta-te a mim,
desatinamos tantas vezes.
Vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal,
recebe esta pomba que não está armadilhada
foi comprada, foi roubada, seja como for.
Eu venho do nada porque arrasei o que não quis
em nome da estrada, onde só quero ser feliz.
Enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada,
vai beijar o homem-bomba, quero adormecer.
Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo, o que não vivi,
um dia hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar,
mas quero-te bem.
Encosta-te a mim.
Quero-te bem.
Encosta-te a mim.

*Jorge Palma*

Nunca tive uma paixão desmesurada por este ou aquele artista. O mesmo não acontece em relação a determinadas canções ou músicas. Jorge Palma conseguiu com esta canção tocar-me bem fundo. Faz-me sentir bem e emociona-me ao mesmo tempo. A verdade é que sempre fui um pouco "lamechas", mas agora estou a piorar consideravelmente.

sábado, 8 de setembro de 2007

Outra vida


OUTRA VIDA
Quero ser noutra vida mensageiro de emoções
De elefantes, baleias, cais e canções
Na preguiça do panda, na destreza do lince
Vou abrir a Pandora onde Deus não existe
Entre tudo e nada, saber quem sou

Quero ser noutra vida mensageiro de emoções
De golfinhos e águias, do silêncio das águas
Regressado aos sentidos e à razão dos bichos
Dos espaços perdidos, na asa de condor
No fundo do mar, saber quem sou

Quero ser noutra vida mensageiro de emoções
Porta-voz de ondas, tradutor de ilusões
Ser menos ainda que um pequeno carreiro
Descobrir o mistério do Universo inteiro
Emprestar a vida, descobrir quem sou

: letra e música de João Afonso

O maior dos desafios humanos: descobrir quem somos. É um trabalho contínuo, que exige método e persistência. Nem sempre ficamos a saber muito, porque, de facto, somos um grande enigma. Talvez indecifrável.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Emoções

Caminha a noite com seu passo forte
Trazendo sempre o seu negro manto
Nele me envolvo em sono de morte
Procuro esquecer o que me dói tanto.

Perturba-me olhar o dia de frente
Tranco as janelas ao brilho solar
Evito sair, não quero ver gente
E quase recuso ir trabalhar.

Loucura não é, é apenas dor
É falta de força, é um não querer
Tenho saudades, de ti, meu amor
Que estarão comigo até eu viver.

Eu não sei lidar com esta emoção
Sinto revolta, não sei aceitar
A vida para ti era uma paixão
Que não te deixaram continuar.