sábado, 14 de julho de 2018



Já fui forte, poderosa,
Cheia de brilho e vigor,
Testemunha de promessas,
Amparo de desvalidos,
Dei sombra a desprotegidos
E ouvi juras de amor!

Sofri chuva e vendavais,
Ouvi trovões e rajadas,
Perdi folhas e pernadas
E não me dei por vencida.
Já fui casa de pardais,
Em mim gravaram sinais
Era esta a minha vida.

Mas o esplendor já se foi,
Meu tronco cedeu à idade
E fui ficando vergada,
Já não sirvo para nada
E, sem dó nem piedade,
Fui simplesmente cortada.

Restam-me ainda raízes
E, mesmo com cicatrizes,
Teimo em brotar novamente.
Esta vida é mesmo assim:
Sofres sempre enquanto vives
Mas lutas até ao fim!

2 comentários:

CÉU disse...

olá, querida irneh!

Um poema fantástico, tão a teu jeito, e tão verdadeiro.
Personificaste a árvore, k falou que nem gente.
Lutamos até ao fim dos nossos dias. É verdade!

Beijinhos e quase de férias.

Ana Tapadas disse...

O realismo latente do poema,mas a esperança de um renascer!
Bom ler-te, aqui.
Beijinho grande