quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Sei que as palavras me fogem.
Escapam-se, irritadas,
Quando percebem que as uso,
Que as manipulo ou até destruo,
Em frases insensatas e banais.
É talvez a minha cobardia,
O medo de as deixar falar,
De as deixar ter a ousadia
De espelharem esta alma aos demais.
Prefiro, ainda que com dor,

Manter só para mim esse segredo,
Guardá-lo cá dentro com rigor
Para evitar o riso, a crítica, a ironia
Ou que ousem revelar com despudor
A verdade, o sonho, o desejo, a fantasia...

2 comentários:

Graça Pires disse...

Entendo-a muito bem. As palavras parecem animais selvagens... Só vêm e permanecem quando querem.
Beijo.

Nilson Barcelli disse...

Vejo que continuas a fazer excelente poesia.
Há já muito tempo que não te visitava (tu também não, acho eu...). Mas mais vale tarde do que nunca...
Beijos.