terça-feira, 15 de outubro de 2013


São cada vez mais brancos os cabelos
Que moldam os rostos tristes, enrugados,
De olhares petrificados na ausência
E as mãos, sobre o regaço abandonadas,
Hesitam entre a revolta e a clemência.

 
Lá longe, na memória perturbada,
Vão ficando os sonhos por cumprir
E, em vez de uma vida assegurada,
De um entardecer de tons rosa colorido,
Veem os seus obrigados a partir
Calando a dor de um coração ferido…

 
Não foi o que quiseram ou sonharam,
Nem pensaram assim o seu porvir…
Arrastam-se pelos dias, sem esperança,
Sem pão, sem forças, sem amor…
Não sabem o que a vida lhes reserva
Mas sofrem, em silêncio, a sua dor.
E olham os homens pequeninos
A quem prometeram, um dia, a liberdade
Sabendo que o brilho dos seus olhos
Durará apenas a inocência da idade…

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