E, por vezes, os dias têm meses
E são meses que mais parecem anos,
Quando na vida são poucos os interesses
E o teu percurso está cheio de desenganos.
E, por vezes, os dias são cinzentos,
Por vezes, o céu só tem neblina
E o longe não se vê, nem se imagina
E ficas fustigada pelos ventos.
E são meses que mais parecem anos,
Quando na vida são poucos os interesses
E o teu percurso está cheio de desenganos.
E, por vezes, os dias são cinzentos,
Por vezes, o céu só tem neblina
E o longe não se vê, nem se imagina
E ficas fustigada pelos ventos.
Por vezes, as águas ficam turvas
E os ventos sibilam, desvairados,
E há trovões, relâmpagos, até chuvas
E os remos do teu barco já quebrados.
E os ventos sibilam, desvairados,
E há trovões, relâmpagos, até chuvas
E os remos do teu barco já quebrados.
E as águas, hora a hora, mais profundas
E tu, sem forças, sem vontade, em estilhaços...
E não ousas, e não vives, só te afundas
Com tua alma desfeita em mil pedaços.
A vida, que foi sonho, é pesadelo
O sonho, que foi grande, é utopia
E tu, impotente, em agonia,
Sentes o coração tornar-se em gelo.
E tu, sem forças, sem vontade, em estilhaços...
E não ousas, e não vives, só te afundas
Com tua alma desfeita em mil pedaços.
A vida, que foi sonho, é pesadelo
O sonho, que foi grande, é utopia
E tu, impotente, em agonia,
Sentes o coração tornar-se em gelo.
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