Já fui forte, poderosa,
Cheia de brilho e vigor,
Testemunha de promessas,
Amparo de desvalidos,
Dei sombra a desprotegidos
E ouvi juras de amor!
Sofri chuva e vendavais,
Ouvi trovões e rajadas,
Perdi folhas e pernadas
E não me dei por vencida.
Já fui casa de pardais,
Em mim gravaram sinais
Era esta a minha vida.
Mas o esplendor já se foi,
Meu tronco cedeu à idade
E fui ficando vergada,
Já não sirvo para nada
E, sem dó nem piedade,
Fui simplesmente cortada.
Restam-me ainda raízes
E, mesmo com cicatrizes,
Teimo em brotar novamente.
Esta vida é mesmo assim:
Sofres sempre enquanto vives
Mas lutas até ao fim!